terça-feira, 29 de setembro de 2009

Imundo.

Ah, quanta merda! Quanta merda espiritual. Como fede minha alma. Como a insana se banha em esgotos transcendentais. Imunda alma do mundo. Banho meu corpo em manhãs quentes, mas não há água límpida que faça exalar este fedor. Como gostaria de viver entre ratos e baratas gentis. Meu sangue é lava de esgoto. Meu mundo exterior, mundo, é escandalosamente imundo e limpo. Senhoras educadas e mudas limpam o chão onde piso com formol. Quantas lágrimas eu tenho derramado por este odor queimando minhas narinas. Como quero uma boa sinusite. Poderia morar numa palafita, não ir à escola e empinar pipas em céus azuis sobre mares negros. Quando meu corpo apodrecer, quero ser lançado ao mar negro. Mas não em qualquer negro de qualquer lugar ou qualquer poesia... é à beira do mar negro e podre da triste bahia.

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